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Abram os portos de Ventura

Eu estava lá, meus amigos, quando o primeiro raio de sol pisou esta ilha. A fuligem prateada que pintava o céu há mais tempo que meus olhos recordavam tomou um tom avermelhado e eu me lembro de ter pensado: “finalmente os deuses escutaram nossas preces e nos mandaram a morte para sairmos desse sofrimento”.Estava já aceitando meu lugar no outro mundo, abrindo meus braços para aquilo que eu acreditava ser o fim definitivo… e eis que ela surgiu. Parecia a espada do próprio criador trazendo a vida a esse mundo, rasgando da terra a mácula que a feria. Ela veio até mim e me abraçou. Antes que eu entendesse o que realmente estava acontecendo, meus olhos choravam como o nascer de um bebê. Por sobre seu ombro, antes de ver seu rosto, eu contemplei a bola de fogo no céu. O sol. Senti meu corpo tremer de inúmeras emoções: medo, confusão, esperança… E ela me abraçou com ternura e sussurrou ao meu ouvido: “sorria”.
Leorry Swordhand, carpinteiro de Mutiara

Ventura é um mistério para os habitantes de Faerun.

Até pouco tempo não se tinha registros ou histórias acerca da ilha. Poucos dias após o início do Ano dos Dragões Ladinos, pipocaram bardos e navegantes contando histórias sobre o local, sobre como aquela porção de terra esquecida pelos deuses surgiu no meio de águas misteriosas em um oceano inexplorado. Alguns falam que ela caiu do céu, outros que ela surgiu em meio a fantasmagóricas brumas, terceiros comentam que ela foi trazida pelas correntes de um deus marinho que está dormindo logo abaixo dela e algum dia acordará e realizará nova diáspora.

Mapa de Ventura feito por Zanmin Dorziver, gnomo pirata.

Independente disso, é patente que a ilha sofria há tempos de uma assustadora calamidade:
Dragões.

Kindrath, a Branca.
Hudraer, o Campeão
Nveryll, a Devoradora

Até pouco tempo, três dragões disputavam pelo direito de governar a ilha: Kindrath, a Branca; Hudraer, o Campeão, e Nveryll, a Devoradora. A batalha de poder entre os três estava causando danos irreparáveis para todos os habitantes da ilha. Tomadas de fazendas, destruição de vilas, testes de magias. A rotina dos Venturianos era um inferno anunciado e cada dia vivo deixava de ser um respiro de esperança para ser a angústia de quando e como o fim chegaria.

Até que Merah apareceu.

Sua chegada não foi anunciada ou mesmo esperada. Ninguém a chamou ou requisitou seus serviços. O primeiro sinal de sua presença foi de um rio que cortou o coração da ilha e criou um lago próximo ao assentamento druida de Makotah Hijau. Era um rio vindo dos picos brancos, reino de Kindrath. Era o degelo do findar da rainha Branca. Merah desceu esse rio numa barca velha, feita pelos tesouros guardados em geleiras dracônicas. Ela, uma paladina de armadura completa, olhos seguros como rocha e brilhosos como sol, mãos firmes como a própria terra carregando as duas reluzentes lâminas vermelhas como menires apontando para o firmamento. Merah desceu o rio e ela brilhava mais que o ouro que carregava consigo.

Merah das Espadas Escarlates, paladina de Bahamut

Sua passagem por
Mutiara, principal cidade de Ventura, foi rápida, mas trouxe acalento à população. Nas poucas horas que teve para descansar, curou alguns enfermos e trouxe esperança aos cansados. Negou uma refeição oferecida pelos líderes alegando pressa, mas prometeu voltar no dia seguinte quando sua missão estivesse terminada: derrubar todos os dragões da ilha e dar fim aos conflitos. Muitos duvidaram de suas palavras, imaginando que sua vitória a havia lhe dado uma falsa confiança. Mas os descrentes tiveram de se calar quando Merah retornou o dia seguinte à cidade, escoltada por um grupo de carroças anãs que traziam o tesouro de Hudraer e Nveryll.

Merah foi recebida em Mutiara como uma deusa e toda Ventura hoje respira aliviada. Há um enorme clima de renascimento e reconstrução na ilha. Esse parece ser o melhor dos momentos para viver e reexplorar Mutiara.

Mas... por quanto tempo?